quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Hoje tive vontade de escrever algo contra mim mesmo.
Lendo as postagens anteriores, não pude deixar passar
despercebidos os erros,seja de digitação, seja de concordância. Não editei antes de colocar no blog. Tenho
que ser mais atento, fato.
Outro ponto que observei foi o quanto fui piegas e clichê. A postagem sobre o filme Marley e Eu me envergonha,
ficará como prova de que eu sou limitado no tocante a escrita , e a primeira é vergonha alheia, em sua to
talidade, digna de um autor viciado em livrinhos de auto-ajuda, até Paulo Coelho escreve melhor.
Esse tipo de auto-crítica é necessária para que não nos tornemos cegos, diante de nossos erros, ou sejamos ídolos
de nos mesmo, algo deprimente.Lendo o que postei, percebo alguém que escreve muito mal ainda, preso a idéias já batidas
e com uma séria queda pela pieguice. Não posso escrever com o coração, não posso deixar de tentar aprimorar minhas capacidade
de escrita.
As postagens anteriores ficarão sendo monumentos a minha atual incapacidade no campo da escrita. Tenho que contruir outros, espero,
num futuro não tão distante, para celebrar minha melhora com as palavras. Mas toda vez que eu olhar para trás esses texto estarão
olhando para mim, me fitando, estátuas feias que homenageiam as minhas limitações.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Sobre pessoas que latem e miam*


Hollywood algumas vezes me surpreende. Domingo, fui ao cinema multiplex, com sacos de pipoca, gente demais, barulho demais... Com a idéia de que não assistiria algo no estilo ao qual estou acostumado, coisas que vejo na maioria das películas européias, muitas asiáticas e outras latino-americanas. Sei do veneno idiotizante com o qual "Roliúde" infecta as pessoas, pixels demais, barulhos demais, e idéias de menos. Um cinema usado como meio de propaganda do capitalismo americano, do estilo de vida daquele país, blah blah, (não só)meu velho e semi-datado discurso. Mas dos milhares de filme-produtos, um deles, tão produto quanto, me emocionou e conseguiu arrancar lágrimas de mim, mais do que o mega-premiado filme musical do fundador do Dogma 95, Lars Von Trier, com a estrela dos nerds e "descolados" intelectuais, Björk, Dançando no Escuro. Marley e Eu me fez chorar, não tenho vergonha de admitir isso, e isso não depõe contra a minha credibilidade cinéfila.
Não o fez pela estética, é um filme comum, previsível, baseado no best-seller homônimo de John Grogan, mostra o cotidiano de uma família de classe média americana e suas trasnformações, nada mais clichê no cinema americano que tem um fetiche em mostrar seus WAPSs a exaustão, mas usa como fio condutor para isso um animal de estimação: um labrador chamado Marley. Ter animais em sua volta é um hábito antiquíssimo do homem, de início os lobos e felinos se aproximavam para comer os restos deixados pelo agrupamentos humanos e aos poucos devido a essa facilidade alguns animais foram ficando cada vez mais próximos, ajudando a proteger a quem os alimentasse ou a ajudar em caçadas. Mas esse modo de lidar com os esses animais, principalmente felinos e cães tem tratamento diferete temporalemente e espacialmente, no Egito gatos eram deuses, por exemplo. Precisamente com o incremento no modo de vida, com o surgimento de elites cada vez mais abastadas, o gasto com o supérfluo se tornou mais frequente, e de início a nobreza e posteriormente a burguesia os animais, gatos e cachorros, começam a sair dos fundos das habitações e começam a frequentar a sala de estar. Animais viraram símbolos de status, eram acariciados, eram bem tratados. Com o passar das décadas e o aumento da classe média, os "pets" passaram a ser popularizados, muitas raças antes caras e acessíveis a poucos se tornaram coqueluche, com essa popularização veio a reboque toda uma indústria para dar suporte.É ai que quero chegar onde desejo.
Muito embora haja esse fervor capitalista para turbinar o mercado com produtos para melhor servir a cães, gatos e donos, o amor entre homem e animais é superior a essa ânsia consumista. Na maioria das vezes o único amigo de um mendigo é um cachorro, eles dividem a miséria, a pouca comida e o mínimo espaço ocupado na calçada; muita gente divide a solidão com um gato, companheiro de passos silenciosos e olhar rápido. Animais de estimação são quase pessoas. Tá é exagero, mas quem tem sabe do quê estou falando. Eles nos observam, reagem a nossos atos, parecem ter sentimentos, nos divertem... Pulam em nosso colo quando estamos tristes. Sabem fazer os olhares "pidões" mais lindos do mundo quando querem algo pra si. São gente, gentíssima!.
Em Marley e Eu nos é mostrada a história de John Grogan e seu labrador arrasa-quarteirão Marley, que ganhou tal nome em homenagem ao Bob jamaicano, e a relação cada vez mais profunda entre o animal e a família que o cerca. O pior cachorro do mundo, segundo o próprio dono, destrói tudo pela frente, engole presentes da esposa de Grogan, é desobediente, leva uma instrutora de cães a loucura e a "babá"que cuida dele enquanto os Grigan viajam à Irlanda; mas é adorado por toda a família e tratado como se fosse um parente de dois membros. Quando Marley se vai, na cena mais tocante do filme e que me fez chorar copiosamente, vemos a importância dele para a família e o quão ele estava enraizado no seio dela. Já perdi muito animais de estimação e a cada ida de um deles, era como se fosse um parente meu. Acho que chorei mais na partida deles do que chorarei quando membros humanos de minha família se forem, fato, não nego. Só quem perdeu um amigo que não fala línguas humanas, mas te entende, te faz carinho, sabe do que estou falando. A dor da perda demora a passar. E quando se vê uma cena tão triste quanto a do final do filme, as lembranças dos cachorros e , principalmente, gatos afloram de sua mente.
Essa película nao acrescenta nada de novo a meus parcos conhecimentos fílmicos, tem clima de "Sesssão da Tarde", mas me emocionou verdadeiramente. Salve Marley!(o Bob, e principalmente o cachorro).


*Essa postagem contém spoilers do filme Marley e Eu.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sobre primeiras vezes


O primeiro beijo, o primeiro passo, o primeiro olhar que apaixona, o primeiro grande erro... Todas essas coisas deixam marcas que nos ajudam a amadurecer. Primeiras vezes podem ser traumáticas, mas inesquecíveis. A primeira palavra sai de nossa boca errando pelos ares, o primeiro passo de nossos pés, incertos, inícia uma longa caminhada até o última pá de cal no cemitério. Entre esses dois eventos temos muita história, com muitas primeiras vezes, algumas destas sendo também as últimas dependendo do contexto.
Não me lembro como foram muitas de minhas primeiras vezes, já fazem parte do passado; que nao lembro seja por medo, seja por terem sido tão sem importância para mim hoje em dia. Mas sinto que deixaram marcas, cicatrizes, pois algumas doem, outras deixaram belas tatuagens impressas na pele da minha alma, que me embelezam.
Gosto do sabor do desconhecido, de andar por onde não conheço. O medo do escuro, não me impede de andar pra dentro da caverna sombria, o temor do que não sinto, não me paralisa. Se o primeiro hominídeo não tivesse se levantando pra tentar dar o primeiro passo sobre dois membros, ainda estaríamos vagando pelas savanas com medo dos animais verozes e sendo caçadores e coletores, está aí um primeiro passo importante. Algo que parece tão simples, tão comum, mas que se não tivesse sido dado a história caminharia para outra direção.
Grandes amores começam pelo olhar. Um primeiro olhar curioso, encantado pela beleza do outro, que tenta transpassar a pele indo ver dentro da pessoa observada a alma, despindo-a e procurando deixar uma marca. Se Romeu não tivesse visto Julieta, pela primeira vez, não teríamos um primeiro amor para ambos, nem a Shakespeare sua primeira grande obra.
Na maioria das vezes o primeiro passo é traumático. Aprendemos através de uma série de erros, consecutivos. A primeira leitura, errônea, a primeira idéia, cambaleante, deixam lições, que não teriamos se não tivessemos arriscado a proferir-las.
A primeira vez é a morada do risco; uma cirurgia pioneira, cujo os métodos ainda não sao seguros, da mesma forma que pode curar um paciente, pode matá-lo. O primeiro teste de uma vacina, a primeira negociação com um suicída. Situações de risco necessárias para o início de um processo maior.
Nosso primeiro gozo; incerto, rápido, sujo, mas, por isso mesmo inesquecível, que tanto suamos para conseguir e que até hoje nos recordamos.
Da primeira postagem brega nós nunca esquecemos...